O QUE É O CANDOMBLÉ?

 

 O Candomblé é uma Religião? _ Sim! O Candomblé é uma religião.

 

"Os deuses não nos revelaram desde o princípio todas as coisas, mas, com tempo, se buscarmos, poderemos aprender, conhecê-las melhor. A verdade certa, contudo, ninguém jamais a conheceu nem conhecerá : a dos deuses ou a de todas as outras coisas, mesmo se por acaso alguém pronunciasse o nome da verdade última, não poderia reconhecê-la; neste universo de opiniões" Karl Popper.

 

 

O CANDOMBLÉ é uma religião dinâmica, ao contrário da imaginação de muitos, pela sua variedade de deuses, é essencialmente monoteísta, crê em um único Deus e criador, Olorún (olo=dono, senhor ; run= céu, espaço celeste sagrado), que criou o céu e a terra, os orixás e o homem.

O Orún sua moradia e dos Araorún, todos os ancestres e elementais divinizados; o Aiyé, moradia dos Araiyé, os seres humanos, os animais, vegetais, minerais e toda forma da natureza; os Orixás, elementais da natureza por excelência, guardiões e fiscais da mesma, energia indispensável para toda sobrevivência, com função dupla: reger e cuidar da natureza em si e da natureza humana; o homem, objeto maior da sua criação, para de tudo usufruir dentro dos critérios do seu Criador.

A teologia yorubana, só faz referência ao Orún e Aiyé , em momento algum, em qualquer circunstância, sobre as palavras - inferno e pecado - as leis, a lógica, o bom senso e os ensinamentos permeiam a conduta das pessoas, e, mesmo porque são termos posteriores à criação do homem pela teologia yorubana.

No candomblé nada se inventa, tudo se aprende, o saber e o conhecimento só vem com o tempo, ensinamento, humildade, axé, merecimento e compreensão; a sua prática tende a se adaptar, pelo crescimento e modernidade do mundo, professando a sua religião através dos seus ritos, cada vez mais, confinados no seu Ilê Axé (casa de candomblé); mais muita coisa mudou, as leis ambientais, que fixa como crime, "sujar" a natureza, não sendo mais permitido os ebós, oferendas e rituais em matas e cachoeiras, acertadamente a conscientização de se preservá-la, os orixás na sua sabedoria com certeza agradecem e veicularão seu axé, através dos seus elementos símbolos, no interior dos ilês , os beneficiados diretos serão os próprios praticantes, que terão uma natureza mais limpa, saudável e abundante, sendo casa vez mais uma fonte inesgotável de axé.

Também cabe uma atenção especial à uma alteração de comportamento, com relação ao uso do obéxirê (navalha), com o advento da AIDS e de outras doenças contagiosas ( hepatite, dengue, malária...), nas cerimônias de uso coletivo, como a da Sexta-feira Santa, dia de abertura de "curas" nas casas de candomblé, muitas já aderiram ao uso de lâmina descartável, adaptação correta e necessária, é óbvio e evidente que se deve preservar tudo que for possível em prol de uma identidade própria que a religião requer. Mais as mudanças estão sendo processadas para uma melhor e mais consistente religião onde a palavra de ordem é CRESCER COM SABEDORIA.

 

Por

Maximiliano ti Osun